PROJETO RIO PELOTAS

 

Entidades pedem criação do Corredor Ecológico do Rio Pelotas
(por Carlos Matsubara)

Carta será enviada ao ministro do Meio Ambiente nesta segunda-feira

O seminário Quem faz o que pelo rio Pelotas, encerrado na sexta-feira (15), resultou num documento que será encaminhado ao Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc nesta segunda-feira (18).

A Carta do Evento (em anexo) reforça a necessidade da criação, no Ano Internacional da Biodiversidade, da maior Unidade de Conservação de proteção integral do extremo sul do Brasil.

Conforme a ativista do Mira-Serra, Káthia Vasconcellos, o documento solicita ao ministro as providências cabíveis para a criação do Refúgio de Vida Silvestre do Rio Pelotas e Campos de Cima da Serra. “Concomitantemente, salientamos a importância do indeferimento de licença para empreendimentos hidrelétricos, como o do projeto Pai-Querê, nesta bacia hidrográfica”, explica.

O encontro foi promovido pelas ONG`s Mira-Serra e The Nature Conservancy e contou com a presença de entidades governamentais, representantes da sociedade civil, empresários e pesquisadores de universidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, nas dependências do Museu de Ciências Naturais/ FZB-RS, nos dias 14 e 15, em Porto Alegre.

Entrevistas com:
Kathia Vasconcellos Monteiro–(51) 3233-7206 ou 9992-7537
Lisiane Becker – (51) 92674201 / (54) 91897731.

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Exmo. Sr.
Carlos Minc
M.D. Ministro
Ministério do Meio Ambiente

O Encontro “Quem faz o que pelo Rio Pelotas”, realizado nas dependências do Museu de Ciências Naturais/ FZB-RS, nos dias 14 e 15 do corrente, contou com a presença de entidades governamentais, representantes da sociedade civil, empresários e pesquisadores de universidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Neste evento, os presentes discutiram as questões relacionadas à criação do Refúgio da Vida Silvestre (RVS) do Rio Pelotas e Campos de Cima da Serra e a viabilidade de implantação de grandes empreendimentos na área.

Neste contexto, foi evidenciado que a bacia hidrográfica do alto Pelotas é considerada de alta fragilidade do ponto de vista biótico e, portanto, reconhecida como área núcleo da reserva da biosfera da Mata Atlântica (MaB-UNESCO) bem como área prioritária de extremamente alta importância para a conservação, uso sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira (Portaria MMA nº 09/ 23/01/2007).

Considerando a relevância da área em foco, o cumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta/TAC da UHE de Barra Grande e a oportunidade de criar, no Ano Internacional da Biodiversidade, a maior Unidade de Conservação de proteção integral do extremo sul do Brasil, solicitamos a Vossa Excelência as providências cabíveis para a criação do Refúgio de Vida Silvestre do Rio Pelotas e Campos de Cima da Serra. Concomitantemente, salientamos a importância do indeferimento de licença para empreendimentos hidrelétricos, como o do projeto Pai-Querê, nesta bacia hidrográfica.


Porto Alegre, 15 de janeiro de 2010.

PROGRAMAÇÃO DO
Encontro “Quem faz o Que pelo Corredor do Rio Pelotas”
14 e 15 de janeiro de 2010
Porto Alegre - RS


Dia 14/10

09h00min – Mesa Abertura
MIRA-SERRA (Lisiane Becker) e Museu de Ciências Naturais/FZB-RS (Silvia Drugg Hahn)


09h20min - Objetivos do Seminário
Kathia Vasconcellos Monteiro (MIRA-SERRA)


09h30min – Características de Solo e Biodiversidade dos Campos de Cima da Serra
Ilsi Iob Boldrini (IGRÉ / UFRGS)
10h15min – debate


10h30min – Diversidade da fauna na região dos Campos de Cima da Serra e Corredor do Rio Pelotas.
Georgina Bond Buckup (IGRÉ / UFRGS)
11h45min – debate

12h00min - intervalo para almoço

13h30min – Avaliação dos impactos dos projetos de hidrelétricas sobre a Biodiversidade da bacia do rio Pelotas
Paulo Brack (INGÁ / UFRGS)
14h45min – debate


15h00min – pausa para café


15h15min – Usina Hidrelétrica Pai-Querê: as limitações do licenciamento Ambiental
Luiz Felipe Kunz
16h00min – debate


16h15min - Trilha dos Tropeiros, gado Franqueiro: ocupação dos campos de cima da serra
Sebastião Fonseca de Oliveira
17h00min – debate

Dia 15/10

09h00min– Projeto FRAG-RIO
Rafael Cabral Cruz / UNIPAMPA
09h45min – debate


10h00min – Jornalismo como instrumento de preservação ambiental
Ilza Girardi – Núcleo EcoJornalistas/UFRGS
10h45min- debate


11h00min- Potencial turístico do Corredor do Rio Pelotas e Campos de Cima da Serra
Paulo Hafner (CAMPOFORA Viagens à Cavalo)
11h45min – debate


12h00min- intervalo para almoço

13h30min - Proposta de criação do Corredor de Vida Silvestre do Rio Pelotas e Campos de Cima da Serra
João de Deus Medeiros ( Diretor do Departamento de Florestas/MMA)
14h15min – debate


14h30min – Arqueologia dos Campos de Cima da Serra e os desafios do Turismo Cultural.
Silvia Moehlecke Copé / UFRGS
15h15min – debate


16h00min – pausa para café


16h15min- Elaboração de propostas de áreas a serem visitadas na Expedição do Corredor do Rio Pelotas e Campos de Cima da Serra


17h30min – Redação e aprovação de carta do evento

18h00min- Encerramento do encontro


Realização:


  Apoio:

            

http://www.casa.org.br/ ;  http://www.nature.org/ ; http://www.igre.org.br/    

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Evento destaca importância do Rio Pelotas


Seminário em Porto Alegre reúne especialistas para defender implantação do Corredor Ecológico na região


O encontro “Quem faz o que pelo Rio Pelotas” vai ocorrer nos dias 14 e 15 de janeiro de 2010 na Fundação Zoobotânica do RS com a presença de autoridades do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e de pesquisadores que atuam na região.

Promovido pelas ONGs Mira-Serra e The Nature Conservancy (TNC), o seminário terá um papel relevante na disseminação e conscientização da importância do Rio Pelotas. “Acreditamos que só é possível defender aquilo que sabemos que existe e que, quanto mais se conhece, mais valor se dá a uma pessoa, lugar ou bem. Neste sentido entendemos que é fundamental a divulgação desta causa para sensibilizar a população em geral”, afirma Káthia Vasconcellos Monteiro, ativista da Mira-Serra.

A preservação do rio Pelotas é imprescindível para a conservação da diversidade biológica, cultural e histórica da região por onde ele passa, na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul.

Káthia salienta que o Pelotas é um rio que historicamente esteve presente na vida das pessoas. “Foi lugar de passagem dos antigos tropeiros que nele tinham que atravessar suas mulas”. O Passo de Santa Vitória, na foz do rio dos Touros, foi o local de travessia desses tropeiros e foi também palco de um evento importante da revolução farroupilha. “Foi lá que aconteceu o combate de Santa Vitória, em 1839, com a presença de Anita Garibaldi lutando para derrubar as forças do império”, conta.

Alguns temas já foram identificados e serão apresentados no seminário: pesquisa, educação ambiental, divulgação/conscientização, lobby, história, turismo/eco-turismo/turismo rural, uso sustentável/uso múltiplo – manejo campo sem fogo, produção de mel, artesanato e impactos negativos (ameaças).

O encontro também servirá para a definição do roteiro mais interessante do rio para uma expedição com especialistas que deverá ocorrer em fevereiro à região.


Corredor Ecológico

O Corredor Ecológico, defendido pelas ONG’s, é uma unidade de conservação que vai possibilitar o fluxo de espécies, facilitando a dispersão e a colonização de áreas degradadas e manutenção de populações animais que precisam de áreas com extensão maior para sobrevivência.

O projeto é um termo de compromisso firmado entre o MMA, o Ministério Público e outros órgãos, lá em 2004, para a conclusão do licenciamento ambiental da usina hidrelétrica de Barra Grande.

Hidrelétricas: ameaça real

O enchimento do lago de Barra Grande praticamente inundou as últimas áreas remanescentes de floresta com araucárias, e são nestas margens do Pelotas que agora sobrevivem as últimas áreas de transição das florestas ombrófila mista e estacional e também de campos naturais da região, fato que confere ao local um alto índice de biodiversidade. “Estas formações são atualmente as mais ameaçadas do Bioma da Mata Atlântica”, destaca Káthia.

Três hidrelétricas já estão instaladas ao longo do curso do rio: a de Itá (no oeste catarinense), a de Machadinho (entre a gaúcha Maximiliano de Almeida e a catarinense Piratuba) e a de Barra Grande.

E a próxima ameaça está a caminho. Trata-se da usina de Pai Querê, que está prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.


Esportes radicais

Outro atrativo encontrado nas curvas do Pelotas são as cachoeiras belíssimas de se contemplar. Com seu leito rochoso, o rio oferece aos visitantes águas volumosas e transparentes e em vários trechos, paredões de pedra e serras. “É sem dúvida um grande corredor ecológico, que pode ser apreciado tanto nos seus remansos, quanto em suas corredeiras”, afirma a bióloga Lisiane Becker, coordenadora da Mira-Serra.

A ambientalista lembra ainda que o Pelotas é um verdadeiro paraíso para os adeptos dos esportes radicais. Com suas corredeiras e paisagens é um rio que tem ainda muitas oportunidades a oferecer, não somente por seu passado e sua história, mas por seu presente e futuro. “Ao ser cavalgado pela primeira vez por um bote de rafting, foi comparado pelo comandante, ao famoso rio Zambezi, paraíso do rafting na África”, destaca Lisiane.


Serviço
O que: Quem faz o que pelo Corredor do Pelotas
Quando: 14 e 15 de janeiro de 2010 a partir das 9h
Onde: Fundação Zoobotânica do RS (Rua Salvador França, 1427)
Entrada Franca

Mais informações e entrevistas com Káthia Vasconcellos Monteiro nos telefones: (51) 3233-7206 ou 9992-7537. E-mail:KATHIA

Fotos do Rio Pelotas e da expedição realizada em 2006 podem ser encontradas no site http://www.apremavi.org.br/.
Crédito das fotos: Miriam Prochnow.

Sobre a Mira-Serra

O PROJETO MIRA-SERRA é uma Organização Não Governamental, de caráter científico e cultural, que visa a preservação da biodiversidade e dos ecossistemas do Rio Grande do Sul. O projeto-piloto da ONG têm seu núcleo de estudo na RPPN Mira-Serra, na encosta do Cerro do João Ferreiro/Alto Padilha em São Francisco de Paula, no bioma Mata Atlântica.

Página na Internet - http://www.miraserra.org.br/

Sobre o TNC

Criada em 1951, a TNC é uma organização sem fins lucrativos voltada para a conservação da natureza. Presentes em mais de 34 países, já ajudou a proteger mais de 47 milhões de hectares em todo o mundo. No Brasil, a TNC atua desde a década de 80 e tornou-se uma organização brasileira em 1994.

Página na Internet- http://www.nature.org/wherewework/southamerica/brasil/


Jornalista Responsável
Carlos Matsubara
F: (51) 9999-6067
Mtb- 11552