UHE PAI-QUERÊ: "nóis não querê!"
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RIO PELOTAS PERMANECE SOB AMEAÇA DE PAI-QUERÊ Dia 18/10, a sociedade civil se manifestou - mais uma vez - contra a construção da UHE no Rio Pelotas, divisa ntre os estados de Sata Catarina e rio Grande do Sul. Desta vez, o protesto ocorreu na frente do IBAMA, em Porto Alegre (RS), tendo ocorrido o mesmo no IBAMA em Florianópolis (SC).
Cerca de 150 pessoas, munidas de cartazes, faixas, instrumentos sonoros, protestaram em alto e bom som contra a possibilidade de licenciamento da UHE. Alguns funcionários do IBAMA fotografaram, outros acenavam positivamente para os manifestantes. Uma comitiva foi recebida no gabinete, onde entregou o manifesto impresso e assinado por várias entidades. AGAPAN, MARICÁ e MIRASERRA marcaram presença:
Veja o que saiu na Zero Hora Confira outras ações contra a UHE Pai-Querê: - movimentação anterior da MIRASERRA, e outras entidades, contra a UHE! - barganha na audiência pública AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE
UHE PAI QUERÊ MOSTRA "BARGANHAS" COM O PATRIMÔNIO
AMBIENTAL A audiência pública realizada em Porto Alegre mostrou muitas facetas durante as 19h do dia 23 e 3h do dia 24. O público espremido no auditório do Sindicato dos engenheiros - expresso com maestria na fala do ambientalista José Truda - foi composta majoritariamente por ONGs, acadêmicos e diversos professores, pesquisadores/especialistas. Esta audiência foi contestada pela comitiva de Bom Jesus (incluindo prefeito, vereadores, representantes de associações e até de Igreja) recebendo como explicação simplista do Ibama, que o CERBMA-RS e o INGÁ a tinham solicitado. Então, em sua fala, quase às 2h da manhã, a coordenadora-presidente da MIRASERRA preferiu não ler o ofício já protocolado para os autos da audiência, para explicar que o bioma em questão era o segundo mais ameaçado do planeta, patrimônio da União e tombado pelo RS e, portanto, não só Porto Alegre teria direito a exigir uma audiência, mas qualquer município.Trata-se de um património de todos e não só de Bom Jesus, com impacto maior do que o local! A ornitóloga Carla Fontana evidenciou falhas metodológicas para o registro de espécies migratórias, visto não terem sido contemplados os meses de setembro e outubro nas pesquisas. Problemas com a metodologia também foram observados pela biól. Lisiane Becker/MIRASERRA na avaliação Grupo de Trabalho do CERBMA-RS do EIA/RIMA durante as reuniões do e com menção no documento entregue na audiência. Manifestações notáveis foram as de Alexandre Krobb/ CURICACA, de Maria Isabel Chiappetti/CERBMA-RS, da Fundação Zoobotânica e do IPHAE, entre outras. Pérolas da empresa foram ouvidas,
causando gargalhadas na platéia, como: Perguntando à mesa sobre a criação do Refúgio da Vida Silvestre por duas vezes, tanto na proposta apresentada para a UHE Pai Querê quanto no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) de 2006 para a UHE Barra Grande, a MIRASERRA contestou a resposta recebida pela empresa, exaltando que o RVS não era moeda de troca. Mesmo após apresentar 29 impactos identificados pelo EIA (ver abaixo), a empresa respondeu (já eram quase 3h da manhã) taxativamente que nenhuma espécie seria extinta! Ouviu-se, também, pessoas da comitiva de Bom Jesus expressando seu apoio ao empreendimento e deixando cristalino que gostariam de ser beneficiados com recursos para as suas respectivas entidades. A empresa não se fez de rogada, sempre respondendo que haveria negociação com as prefeituras e que com certeza entidades como as ali presentes, seriam atendidas! Quase no encerramento do evento, foi dito que os contrários à obra estariam extinguindo o homem dos Campos de Cima da Serra... Enfim, a audiência pública mostrou o despreparo da equipe executora do EIA/RIMA para responder várias questões e, em alguns momentos, deixou transparecer irritação pelos questionamentos feitos. Resta esperar que o IBAMA acate as provas de que o empreendimento é inviável para esta área que é insubstituível! ---------------------------------------------------------- PROTESTOS E AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SOBRE UHE PAI QUERÊ
Serão quatro audiências públicas para debate e esclareciemntos sobre o projeto de aproveitamento hidrelétrico denominado Pai Querê, no Rio Pelotas. O Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica-RS enviou pedido para a realização de audiência na capital, Porto Alegre, que não estava prevista inicialmente. A MIRA-SERRA também cogitou sobre isto na CT Biodiversidade/CONAMA, no sentido de se buscar regulamentação que inclua, obrigatoriamente, as capitais dos estados nas audiências públcas de obras em áreas prioritárias, zonas núcleo, e afins. Entende que, nestes locais, o impacto não é somente local. Os eventos, organizados por delegação do IBAMA pelo Consórcio Empresarial Pai Querê (CEPAQ), acontecerão de 20 a 23 de março, todos com início às 19 horas: Em SANTA CATARINA: No RIO GRANDE DO SUL: Cada audiência, sob a coordenação e presidência do IBAMA, terá duração de aproximadamente 3 horas, dividida em duas partes; na primeira, haverá abertura oficial em mesa composta por autoridades e especialistas, seguida de exposição técnica e ambiental do projeto pelo empreendedor. Depois do intervalo, na segunda parte da audiência, cada participante poderá fazer perguntas para os expositores do projeto, que darão os esclarecimentos e receberão sugestões. O PROJETO O projeto do aproveitamento hidrelétrico Pai Querê tem como sócias as empresas Votorantim Cimentos (43,75%), Alcoa Alumínios (43,75%) e DME Energética (12,5%), que formaram o Consórcio Empresarial Pai Querê (CEPAQ) e adquiriram em 2001 a concessão da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
ENTIDADES AMBIENTALITAS ENTRE OUTROS SETORES,
Entre as inúmeras razões para não estar de acordo com mais uma Usina Hidrelétrica no Rio Pelotas/Rio Uruguai: 1) As condicionantes para a UHE Barra Grande não foram cumpridaS. o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) também não foi cumprido. A MOÇÃO CONAMA para criação do Corredor de biodiversidade (também integrante do TAC), proposta pela MIRA-SERRA, não foi cumprida. O que garante que as medidas mitigadoras e compensatórias de Pai Querê serão realizadas? 2) A área prevista para ser atingida pela UHE Pai Querê seria a mesma para o cumprimento do TAC da UHE de Barra Grande, pois apresenta identidade na fitofisionomia e em dimensões compatíveis com a que foi alagada. 3) Apesar de várias inconsistências metodológicas e lacunas no conhecimento das espécies no EIA/RIMA, que será apresentado nas audiências públicas, o texto evidencia a riqueza biológica do local e, portanto, não há como substituir, compensar ou mitigar o dano irreparável que a UHE poderá causar. 4) Há alternativa técnica para geração da energia que seria produzida pela UHE Pai Querê. A produção de 292 MW por Pai Querê, é equivalente ao Parque Eólico de Osório (em duplicação), e sem a necessidade de supressão de 4 mil hectares de florestas, sem a alteração de águas lóticas para lênticas, sem a mortandade de animais e sem a retirada de opções econômicas e ecologicamente sustentáveis das comunidades! 5) No contexto regional, os remanescentes florestais em melhor estado de conservação estão localizados justamente nas áreas de topografia acidentada nos vales do rio Pelotas e seus tributários, que corresponde à área diretamente afetada pelo porjeto da UHE. O empreendimento de Pai-Querê afetará, portanto, a quase totalidade dos remanescentes florestais mais significativos que restaram após a construção da UHE Barra Grande. 6) Após a fase de construção e, quando
finalmente instaladas, as hidrelétricas funcionam de forma bastante
mecanizada e automatizada, gerando empregos definitivos numa proporção
muitas vezes menor que a dos empregos temporários gerados na fase
de construção. Os benefícios sociais oriundos de
vagas permanentes de empregos são, portanto, pouco significantes.
Por outro lado, a transformação ambiental nos 6.238,36 ha
do empreendimento exclui a possibilidade de outras atividades econômicas
que, comprovadamente, geram um maior número de empregos e ocupações
permanentes, como o turismo ecológico e o turismo de aventura.
7) As Unidades de Conservação próximas do empreendimento projetado que poderão receber valores da compensação, não apresentam dimensões compatíveis com o que será alagado (mesmo que somadas) e não há distribuição equitativa entre SC e RS. 8) Há possibilidade prevista no EIA/RIMA de criar uma nova Unidade de Cosnervação. No entanto, como visto, não haverá mais área adequada para compensar a biodiversidade perdida. 9) O local é Zona Núcleo da reserva da Biosfera da Mata Atlântica (Mab/UNESCO) e está enquadrada como Área de extremamente alta importância para a conservação da biodiversidade (Portaria MMA 09/2007) - isto deveria ser o suficiente para provar que um empreendimento deste tipo é incompatível nesta área, aindav mais se consideramro a existência de outras UHEs existentes na região Barra Grande, (Machadinho, Itá, Foz do Chapecó, Campos Novos). MANIFESTAÇÃO FOI AO PIRATINI A chuva do dia 14/03 não impediu que representantes
de ONGs como Dali, partiram com distribuição de panfletos e palavras de ordem até a frente do Palácio Piratini. A idéia era a de entregar uma carta ao Governador Tarso Genro, que não recebeu a comitiva.
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